A pandemia vai passar e, para muitos (para a grande maioria, na verdade), o vírus não vai chegar. Ou por falta de sintomas, ou por falta de testes, ou por falta de vírus, mesmo.
A pessoa que não sabe direito se vai conseguir servir ao menos uma refeição para seus filhos até o fim do dia, não tem cabeça para pensar em um vírus que ainda não chegou nem na casa ao lado.
O que o atual presidente da república sempre fez foi repetir publicamente, sem pudor, aquela frase infame que o brasileiro só diz entre amigos; no bar da esquina. E, para mim, esta foi a principal razão de ele ter sempre feito tanto sucesso.
Enquanto o mundo que se intitula como "civilizado" escandaliza-se com a escatologia não resolvida que habita a intimidade do pensamento de grande parte da população, o chefe da nação bate no peito, orgulha-se dela e diz: "Eu penso assim também!".
Hoje, mais uma vez, o que o Bolsonaro tem dito é exatamente o que está na cabeça desse cidadão comum. O brasileiro que tem que trabalhar qualquer que seja a doença ou a tragédia da vez e que, devidamente higienizado, só aparece nas estatísticas e nos trabalhos de sociologia que, às vezes, nem mesmo o próprio autor lê.
Logo, logo, tudo isso irá passar e a crise econômica virá cobrar seu dízimo.
Do alto do palanque, Bolsonaro irá dizer, orgulhoso:
- "Eu avisei!".
Junte a tudo isso uma pitadinha de estratégia de comunicação inescrupulosa de um exército de oportunistas e teremos mais 4 anos de vergonha nacional.
E choraremos estarrecidos diante da realidade perguntando:
Onde erramos?
Ou melhor...
Onde erramos NOVAMENTE?
Torcendo muito, mais uma vez, para estar errado.
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