Viagem a Alagoas

Caros,
Abaixo, a minha impressão com relação à viagem que acabei de fazer a Alagoas.
É só um diário de bordo com fotos, relatos, indicações e contra-indicações. Se não interessar a você, fique à vontade para apagar este e-mail. 
Escrevi por dois motivos:
1) Minha memória é de 1 bit. Dentro de alguns meses eu não iria me lembrar de mais nada e a viagem foi bastante boa ( e cara) para ser esquecida.
2) Se você pretende ir à Alagoas, poderá não cometer os mesmos erros e cortar caminhos aproveitando minhas experiências.
Pois bem... Estamos no dia 24 de janeiro de 2012...



Máquina fotográficaprecisei enviar a minha máquina para o conserto um pouco antes da viagem. Portanto, as fotos foram tiradas com uma Canon, sem muitos recursos, e com o meu celular (uma câmera de 2 megapixeis). Isso certamente foi um problema, mas, mesmo com a mais poderosa das câmeras, certamente a emoção de estar nestes lugares não tem como ser aprisionada numa foto, de duas dimensões.


As fotos panorâmicas da Canon são as melhores, mas tive que diminuir a resolução delas para caberem confortavelmente num e-mail (tenho fotos em maior resolução destas; se alguém quiser, é só me contactar). Não montei os panoramas com a Canon e, sim com um outro programa de fusão de imagens. Por conta disso, a perspectiva ficou melhor. Alguns panoramas do celular foram excessivamente entortados (pelo próprio software do celular) para montar a perspectiva, o que pode dar a falsa ideia de curva no centro da foto.


Obviamente só coloquei aqui algumas fotos...

Clicando nas imagens, você poderá vê-las com mais nitidez, apesar deste BLOG ainda deformar algumas delas para caber no padrão de tamanho.



Todas as praiasbarreira de recifes ao fundo, pouca profundidade mesmo nos horários de maré alta, contribuindo para uma região com ondas pouco intensas e muita segurança ao banhista. Águas quentes. Um vento extremamente agradável o dia inteiro (inclusive noite). É comum chover rapidamente à tardinha.


Maceió (e Alagoas)
salvo em Penedo e Maceió, cartão de crédito, de débito e cheques não são bem vindos. Alternativas são:
1) abrir uma conta no Banco do Brasil.
2) carregar todo o dinheiro que será gasto para todos os lugares onde estiver.
Caixas do Itaú, por exemplo, só há 3 em todo o estado de Alagoas: Maceió, Maragogi e Arapiraca.
Caixas 24 horas, somente 4: Maceió, Barra de São Miguel, Arapiraca e um terceiro lugar cujo nome não lembro.
Com tanto turista circulando com os bolsos cheios de dinheiro pela cidade, uma consequência óbvia é o aumento da violência, fazendo com que tenhamos que carregar em nossas malas, além de nossos pertences, a elaborada precaução e o permanente estado de vigília em que somos refogados na cidade grande.
A maioria absoluta dos passeios são sincronizados com a tábua de marés. Quase nada, diferente de simplesmente banhar-se, pode ser feito no mar sem o conhecimento desta tábua que se encontra afixada na entrada dos hotéis e pousadas da região.

Tábua de marés afixada no quadro de avisos na entrada da pousada.

Pajuçara. Reparem o acúmulo de algas na areia...

Tem uma cafeteria anexa ao supermercado Bom Preço que é excelente (o único lugar que achei em Maceió onde se pode achar mate que, diga-se de passagem, é delicioso). Café e shakes lá são deliciosos mesmo quando comparados com as melhores cafeterias do Rio.
Não gostei da manteiga.
Provincianismo: as pessoas renunciam o direito de reclamar alegando coronelismo mesmo sem verificar se o assédio moral se encaixa na situação vivida.
O interior é "sem lei": as pessoas, por exemplo, pilotam motos sem capacete. Cheguei a ver adolescentes pilotando moto levando duas crianças, todos sem capacete. Em Arapiraca, inclusive, há (ou houve) uma lei (ou PL) Municipal que proíbe o uso de capacetes (http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/imprimir.php?c=5711). 

Segundo o taxista que nos acompanhou, as pessoas estavam sendo multadas quando usavam capacetes.
Os hotéis não trocam a roupa de cama; isso já está se tornando normal. Mas nos lugares onde ficamos eles não trocam nem as toalhas de banho sem uma solicitação formal diária!
Os coronéis ainda guardam muita semelhança com os de antigamente: donos de grandes extensões de terra utilizando um método de produção parado no tempo por pelo menos 200 anos: em muitas áreas, a colheita de cana é feita com jegue por exemplo.
Porque eles não atualizam a forma de produção?
Porque (acredito eu) é exatamente esta forma de produção a fórmula para a sua sustentação no poder. Pagar muito pouco a muita gente significa ter em suas mãos muitos votos.

Viajando de Maceió para o norte praticamente só se vê canavial (e queimadas) de ambos os lados da estrada. Viajando para o sul a cena se repete, só que, em lugar de canaviais, encontramos coqueirais (com menos queimadas, é claro).

Fiquei no hotel Lagoa Mar. Para quem não é muito exigente e não se importa em ficar reclamando, pode ser que seja uma boa opção por conta do preço e da excelente localização, mas eu não pretendo voltar.

Em meio ao mar de serviços e comida muito ruins e caros encontrei a Bodega do Sertão, um restaurante de comidas típicas locais diametralmente oposto a tudo que encontrei em Maceió. Tudo lá é muito bom: comida, serviço, decoração e localização. Não lembro a rua, mas todo mundo conhece. A fachada é em forma de bule.

Não tive coragem de me banhar na Ponta Verde. Apesar da água parecer limpa, o cheiro em alguns locais (indicando despejo de esgoto) me desencorajou. Em Pajuçara a praia parece mais limpa, mas boa parte da praia é coberta por algas (muitas algas) e o chão é lodoso, bastante desconfortável. Sem contar que se você não estiver num horário de maré alta terá que andar bastante mar adentro para conseguir água na altura dos ombros.



Maragogi.

Para quem conhece a Ilha Grande, Maragogi é uma grande decepção. No extremo norte de Alagoas, o objetivo é conhecer as piscinas naturais formadas 6 km adentro do mar, os recifes de corais e a vida marinha. Durante a viagem de barco depois de falar por três minutos sobre o local, o guia gasta todo o tempo vendendo os produtos que, sem eles, segundo ele, a parte mais interessante do passeio passará desconhecida: mergulho com cilindro (R$80,00 por pessoa por 15 minutos), foto, dvd etc. Parece uma feira livre. Nos olhos do guia vemos cifrões cintilando ao olhar para você. Eu fiz o mergulho com cilindro e, sinceramente, o meu snorkel na Ilha Grande me mostrou muito mais riquezas marinhas por um valor muuuuito menor.

Para mim, Maragogi nunca mais.

Ouvi dizer que, a partir de Japaratinga, sai um passeio em direção às mesmas piscinas, de melhor qualidade e a um custo mais racional. Fica, então a dica para quem quiser conferir.


Angra de Ipiocaao contrário das praias de Maceió, não tinha uma tonelada de algas por metro quadrado nem lama. O traslado de Maceió para lá, de vã, bastante desconfortável, saiu por R$25,00 por pessoa. Angra de Ipioca é lugar prefeito para... Dormir. O restaurante possui redes e almofadas enormes. Estas podem ser transportadas para a praia e para as muitas regiões de sombras de coqueiros. A praia tem águas limpas, embora com pouca visibilidade.

Ipioca com maré baixa. Vejam a almofada em primeiro plano.
Na maré alta todos os sacos ficam cobertos pelo mar.



Barra de São Miguel
A praia é muito agradável. Muuito melhor do que Pajuçara. Não tem o problema de ser demasiadamente rasa (você não precisa andar 1 km para se banhar com água na altura dois ombros), é quente (dependendo da hora do dia parece rigorosamente com uma piscina de água quente), limpa (quase 1 m de visibilidade). A cidade, em contrapartida, não tem infra estrutura para receber o turista. Achei o Sérgio Brodt - sbrodt@hotmail.com -, um guia-taxista (e fotógrafo) excelente (fez valer a maior parte do dinheiro que gastei em Alagoas), e o peixe que comi na praia (uma pescada inteira ou cavala em posta fritas) a um preço espantosamente normal (barraca Barra Verão) foram felizes exceções. Fiquei numa pousada que eu enfaticamente desrecomendo (pousada Barra Sol). Cada dia falta uma coisa, a gerência é incapaz de fornecer qualquer solução não trivial e o dono é inacessível mesmo em situações extremas. Para mim, pousada Barra Sol nunca mais. Para quem puder pagar a diferença sugiro tentarem o Village; fica de frente para a praia e parece ter uma estrutura bem mais amadurecida para atendimento ao hóspede.
Panorâmica da praia. Note que a curva só existe por conta da perspectiva criada. Este trecho fotografado é mais ou menos retilíneo. Note que as ondas quebram a 100 m da praia, mais ou menos.


 
Praia do Gunga é um paraíso; praia à direita, Lagoa do Roteiro à esquerda, recifes à frente e um mar de coqueiros atrás. Uma combinação digna do rótulo paraíso.
Mas é uma terra de contrastes:
A praia do Gunga contorna uma Fazenda com 100.000 pés de coqueiros e o coco, na praia do Gunga, custa R$3,50 (o mesmo valor que pagamos na zona sul do Rio de Janeiro).
Caiaque para 2 pessoas na praia do Gunga -R$ 20,00
Passeio de Bugre às falésias - R$30,00 por pessoa. (O motorista, que deveria ser também guia, não diz uma palavra.)
Lamentavelmente, a exploração descontrolada não está contendo o lixo, que já vemos, embora ainda em pouca quantidade, por toda a parte.
Praia do Gunga, veja os coqueiros à direita.
Caminhando pela areida da praia do Gunga, encontramos a Lagoa do Roteiro. Águas calmas e salobras. Muito bom nadar lá.
Num passeio de bugre (R$30,00 por pessoa) você pode conhecer as falésias, que registram a história geológica da região. Esta é mais uma paisagem que é difícil descrever com palavras e fotos. É preciso estar lá para ver, de perto, e se sentir mínimo perdo do imenso documentário silencioso que te faz sentir um  não mais que grão de areia da praia tanto fisica quanto cronologicamente.
Falésia, no detalhe.
Mais detalhes...
Na segunda parada, ao lado das falésias, morre um riacho (se não me engano, o nome é riacho doce). Montanha, riacho e mar.
Do mirante do Gunga podemos ter uma ideia mais precisa deste paraíso: lagoa à esquerda (Barra de São Miguel fica do outro lado da lagoa), mar ao fundo praia à frente e à direita. E o o verde? Tudo que é verde em primeiro plano é coqueiro.


Marechal Deodoro - cidade entre Barra de São Miguel e Maceió onde nasceu o primeiro presidente do Brasil, Marechal Deodoro da Fonseca. A cidade parou no século XIX, boa parte dos prédios estão tombados. É uma cidade bastante simpática, embora com poucas atrações. Paramos para comprar artesanato na loja da Vaninha, que é extremamente simpática, bem informada, possui artesanato de várias partes do nordeste, explica as diferenças entre eles e... pasmem! Aceita cartão!

Foi lá que ficamos sabendo pela primeira vez acerca do significado de "Eira e Beira"... As casas (curioso é que elas eram construídas agarradas umas às outras, sem quintal nem janelas laterais) possuíam duas espécies de beirais abaixo da camada de telhas; um deles era chamado de eira, e o outro de beira. "Beira" indica que você tem propriedades no mar (como marinas e ilhas - talvez embarcações -, por exemplo). "Eira" indica que você tem casas, terrenos etc no continente. (Bom, foi esta a história que eu comprei...) Portanto, "sem eira nem beira" é o cara que não tem propriedade em lugar algum.
A casa da esquerda tem era e beira, simbolizando poder. Foto tirada em Penedo.


Foz do Rio São Francisco - seguramente a viagem mais emocionante que eu já fiz. Saindo num saveiro de Piaçabuçu percorremos por cerca de meia hora aquele mar de água doce que, pouco mais à frente, iria medir forças com o mar. Graças ao assoreamento da foz e à diminuição do volume de água por conta de diversos fatores não naturais (como a construção de hidrelétricas, por exemplo) o Velho Chico perde para o mar fazendo com que o mar avance sobre o continente, comprometendo a sua navegabilidade e destruindo comunidades.

Com Alagoas na margem esquerda e Sergipe na margem direita, parte desta informação nos é passada no próprio barco, com toda propriedade, pela Jéssica, made in Piaçabuçu, com muito orgulho,"informante de turismo", que faz Faculdade de turismo nas UFAL, em Penedo. Apesar de ser emocionante o passeio de saveiro (o passeio parece ser programado deliberadamente para emocionar o turista), o saveiro não chega à foz em si; ele vai até um ponto um pouco antes onde já encontramos algumas dunas e com a formação de pelo menos um "lago", próprio para banho, vegetação típica e nativos (sergipanos ou alagoanos) que vendem artesanato e comida locais (todos pois dias eles montam e desmontam as barracas e, em tese, limpam o local). Mas acho que vale a pena fazer o passeio de bugre com o pessoal do Farol da Foz Ecoturismo (http://www.faroldafozecoturismo.com/) que vai ao ponto onde, em tese, de dá realmente o encontro do rio com o mar. Eu digo em tese porque, devido à diminuição do volume de água do rio nas últimas décadas, o mar avança pelo menos 10 km sobre o rio (há registros históricos de que na descoberta do rio, em 1501, o Rio avançava cerca de 30 km sobre o mar).
Visão do saveiro alguns minutos antes de chegarmos ao local onde só poderemos ficar por 1 hora e meia (por ser local de preservação ambiental). À esquerda, Alagoas. À direita, Sergipe. À frente, o mar e uma isão do início das dunas (que se estendem por 25 km).


Chegada do saveiro ao local mais próximo da foz que ele pode chegar. Estamos no rio. À frente, as dunas o mar. 
Ao chegar do passeio de barco às dunas, próximo às foz. No centro, um pouco à direita, um pequeno lado formado com a água do rio (na verdade, uma mistura do encontro das águas).
O "lago" a que me referi acima mais de perto (na foto parece maior do que realmente é por carsa da perspectiva que o celular cria nas fotos em panorama).
O que vemos assim que desembarcamos: à esquerda, ao fundo, a foz. Do ouro lado da margem, Sergipe. À direita e à frente, o rio São Francisco.
Casinha no meio do nada... A "informante de turismo" diz que estas casas servem para os pescadores ficarem (eventualmente levarem suas famílias) quando ficam muito tempo no mar/rio.
Vegetação típica.
Lavadeiras no rio, em Piaçabuçu, vistas do barco no caminho à foz.


Skibunda nas dunas da foz do Rio São Francisco.
Ao contrário de outras regiões de dunas, na área de preservação ambiental (APA) formada pela foz e seu entorno, não são admitidos bugres nas dunas. Você se vê inserido num cenário absolutamente selvagem. Só você e a paisagem que, ao contrário do que possa parecer, pelo menos no horário e no dia em que fomos, é extremamente agradável. Areia com uma temperatura amena, um vento constante e refrescante, Max como guia. Max e Robério (Farol da Foz Ecoturismo (http://www.faroldafozecoturismo.com/) ) não se cansam de dar e ratificar detalhes sobre os problemas e as riquezas locais. Eles possuem empolgação, conhecimento, infra estrutura e cuidado com o turista e o meio ambiente que você dificilmente encontrará parecido nas diversas empresas (espalhadas por todos os cantos principalmente de Maceió) que oferecem passeios para os paraísos de Alagoas. A regra geral em ecoturismo parecer ser sempre escolher a empresa que se recusa a fazer o passeio para grupos relativamente grandes (justamente pelo fato de ser difícil controlar a intervenção que um grupo maior pode causar aos ecossistemas locais).
Pôr do sol nas dunas de Piaçabuçu - às margens do São Francisco... É uma cena de filme. Inesquecível. Apenas 5 pessoas naquele mar de areia... Clima super agradável, um silêncio absolutamente sedutor. O horizonte: de uma lado, limitado por água (doce ou salgada); do outro, por coqueiros e fragmentos de mata virgem....  
Detalhe da vegetação.
Subindo na Duna-mãe para fazer o skibunda...
Por do sol vale um bis, não é?



Penedo -
Os passeios para a foz do Rio São Francisco saem de Piaçabuçu (com dois cedilhas, mesmo), mas se você for ficar mais de um dia ou não tiver condução própria (ônibus, vans e táxis passaram de funcionar no horário da Ave Maria), a melhor opção que encontrei foi ficar hospedado em Penedo. Penedo é outra cidade que fica às margens do São Francisco, tomada como patrimônio histórico, descoberta ainda na primeira metade do século XVI, foi casa do imperador D Pedro II, foi pioneira no cinema e no teatro, somente para citar algumas peculiaridades surpreendentes. No Sul de Alagoas, é a que possui melhor estrutura para acolher o turista. O hotel São Francisco (http://www.hotelsaofrancisco.tur.br/) (fundado no início da década de 60) possui o melhor serviço de hotelaria que encontramos, mesmo quando comparamos com o hotel onde ficamos em Maceió. A cidade possui mais de 50 mil habitantes, possui comida relativamente barata (restaurantes Rocheira e Oratório), táxis e condução para cidades vizinhas.
Rio São Francisco (ao centro e à direira é assoreamento surgido nos últimos 15 anos). Vista a partir do Mirante Penedo

Vista da varanda 2º andar Hotel São Francisco
Vista da varanda do apartamento 611 do Hotel São Francisco.
Vista a apartir do restaurante Rocheira (um restaurante cujas paredes são rochas - penedos - que deram nome à cidade).
O oratório dos condenados(1769), onde os condenados podiam "se redimir de seus pecados" antes de serem respeitosamente apagados.
Canhão para defender a cidade de possíveis ataques pelo rio.
Teatro fundado ainda no século XIX, em excelente estado de conservação (apesar de alguns itens da decoração não serem mais originais).
E algumas igrejas e conventos, a maior parte dos séculos XVIII e XIX.
O barquinho ao pôr-do-sol...

Jequiá da Praia (ou Dunas de Marapé) - foz do rio Jequiá. Região com um mangue riquíssimo, rio com visibilidade de mais de 1 metro. A areia do fundo é deliciosa, água surpreendentemente quente para água de rio, mantida por um empresário que entende que preservar o meio ambiente é sinônimo de preservar seu negócio. Como é uma foz de um rio pequeno e limpo, você pode se banhar em água doce, andar 20 ou 30 metros e se banhar no mar e, como o mar é protegido por recifes, pode deixar seus filhos à vontade. O visual é paradisíaco. Para quem quer se aventurar e se aproximar mais da natureza, pode fazer, como eu fiz, o passeio de balsa pelo rio. O passeio permite que vejamos:

1)o contraste e a harmonia entre os ambientes de mangue e restinga, que coexistem harmoniosamente

2) os caranguejos vermelhos sobre as pedras, como que aguardando a embarcação passar.

3) O guia "sorriso", muito simpático e alegre, que nos conduziu tanto no passeio pelo rio quanto no passeio pelo mangue que, para os excessivamente encharcados de civilização ocidental, pode ser traumatizante.

Você paga R$40,00 para ficar no local (almoço incluído), que possui estrutura adequada para receber o banhista (banheiros, chuveiro, cadeiras etc), podendo pagar mais R$10,00 pelo passado de barco, além de outros opcionais como passeio de Bugre, quadriciclo (cada um com seu preço específico ) etc.

À direita, a foz do rio Jequiá. A esquerda, o mar.
Do rio, olhando para a foz.
Da foz, olhando para o rio.
No rio, de dentro do barco.
Navegamos alguns minitoe e paramos. Rio à direita, mar à esquerda mangue e restinga.
Mangue.
Paramos no meio do rio para tomar banho. Em maré baixa, a água não passa muito da cintura.Água a uma temperatura alta para água de rio, limpíssima, visibilidade total e leito sem lama. Areia firme e agradável ao tato. 
Vamos todos em direção ao mangue...
Ei-lo.
Turista faz de tudo para ser feliz, não é?
Finalmente, o nosso guia "Sorriso"!



Para fechar com chave de ouro, no táxi de Penedo para Sergipe, um acidente entre uma carreta e um trio elétrico parou a BR 101 por 10 horas fazendo com que eu perdêssemos vôo, o que fez com que eu tivesse que estender a minha estada pelo nordeste por mais um dia (pela qual paguei a módica quantia de R$600,00). Este arremate de viagem serviu para que eu consolidasse algumas impressões sobre Sergipe: comida e serviços são bem mais baratos, politicamente parecer ser mais organizada, a população me pareceu mais simpática, estradas bem melhores, suporte ao turista mais eficiente, padece da mesma praga de Alagoas no que diz respeito ao desmatamento pela monocultura da cana... O coco é bem mais barato!

Faltou visitar: Pontal do Coruripe e Carro Quebrado

É isso.
Abraço.

Demétrius

Comentários

  1. Valeu , um guia com orientações de quem esteve lá . Muito útil para quem pretende fazer a mesma viagem. Cara, acho os manguezais um paraiso para fotografia. Pena que quando estive lá não tinha maquina, ficou só na memória. O que algumas vezes já é o bastante.

    Abraço

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  2. Demétrius, vou repetir aqui o que já lhe disse antes: fiquei impressionada com o nível de detalhamento do seu diário de bordo. E você vai ver como isso é bom. Daqui há algum tempo, quando você já estiver saturado de trabalho, doido pra tirar novas férias, poderá voltar aqui, reler e reviver os bons momentos que estarão lá, guardadinhos na sua memória. Pode crer, isso funciona!

    Adorei o comentário sobre a manteiga. Hahahaha... Achei muito divertido como você foi categórico: "Não gostei da manteiga" e ponto final! Afinal, qual é a diferença para a nossa manteiga da cidade grande??? Fiquei curiosa!

    Lei que proíbe o uso de capacete??? Isso é tão surreal que só poderia existir aqui no nosso país mesmo, o Brasil das leis!

    Ahhh, não haver troca de roupa de cama e de toalha sem solicitação prévia??? Mais uma informação surreal, pelo menos para mim...

    Agora, finalizando porque este meu comentário já está muito grande: fiquei com vontade de dormir em uma daquelas almofadas em Angra de Ipioca e de assistir àquele pôr-do-sol, nas dunas da foz do São Francisco. Que delícia de lugares, hein?! E a foto do pôr-do-sol é A FOTO! Parabéns!!!

    Só mais uma coisinha: onde você ficou em Sergipe? Aracaju?

    Um abraço!

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